"Dize às crentes que recatam
seus olhares, conservem seus pudores e não mostrem seus atrativos, além dos que
(normalmente) aparecem; que cubram o peito com seus véus e não mostrem seus
atrativos a não ser a seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus
enteados, seus irmãos, seus sobrinhos, às suas mulheres, suas servas, seus
criados livres das necessidades físicas ou crianças que não discernem sobre a
nudez das mulheres; que não agitem seus pés para que chamem a atenção sobre seus
atrativos ocultos. Ó crentes, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de
que vos salveis" {Alcorão Sagrado: 24ª - 31}
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O Namoro No Islam
Uma das perguntas mais comuns que os jovens me fazem é: "Os muçulmanos
namoram?" e "Se eles não namoram, como podem decidir com quem se casar?"
O "namoro", como é praticado atualmente na maior parte do mundo-onde um
rapaz e uma moça mantêm relações íntimas, passam o tempo juntos sem a presença
de outros, "conhecem um ao outro" de uma forma mais aprofundada, antes de se
decidirem se é a pessoa certa para casar - não existe entre os muçulmanos. No
Islam, ao contrário, são proibidas as relações pré-conjugais de qualquer
espécie entre pessoas de sexos diferentes.
A escolha do parceiro para casar é uma das decisões mais importantes que
alguém pode tomar na vida. Não pode ser feita precipitadamente nem ser deixada
por conta do acaso ou dos hormônios. Deve ser uma decisão séria como qualquer
outra decisão importante na vida, com orações, pesquisa cuidadosa e o
envolvimento da família.
Portanto, como é que, no mundo de hoje, os jovens fazem? Antes de mais nada, o
jovem muçulmano estabelece amizades muito próximas com companheiros do mesmo
sexo. Esta fraternidade, feminina ou masculina, que se desenvolve quando eles
ainda são jovens, continua pelo resto de suas vidas. Quando um jovem decide
casar-se, deve adotar os seguintes passos:
O jovem faz duaa para pedir que Deus o ajude a encontrar a pessoa certa.
A família informa-se, discute e sugere pretendentes. Eles se consultam para
reduzir as perspectivas em potencial. Normalmente o pai ou a mãe se aproxima
da outra família para sugerir um encontro.
O casal concorda com um encontro acompanhado, em ambiente aberto. 'Omar narrou
que o Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) disse: "Ninguém deve se encontrar com uma
mulher sozinho, a menos que ela esteja acompanhada por um parente (mahram)"
(Bukhari/Muslim). O Profeta (que a paz esteja com ele) também disse: "Sempre que um homem
estiver sozinho com uma mulher, Satanás (Shaytan) será a terceira pessoa entre
eles." (Tirmizi)
Quando os jovens se encontram para se conhecerem, estar
sozinhos é uma tentação para a coisa errada. A todo momento, os muçulmanos
devem seguir os mandamentos do Alcorão (24:30-31) para "baixar os olhos e guardar a modéstia..."
O Islam reconhece que somos humanos e que temos fraquezas humanas, portanto
esta norma nos protege em nosso próprio benefício.
a família pesquisa o futuro candidato, fala com amigos, família, líderes
islâmicos, etc... para saber mais a respeito do caráter dele ou dela.
o casal faz salat-il-istikhara (oração para orientação) para pedir a ajuda de
Deus na tomada de decisão.
o casal concorda com o casamento. O Islam deu liberdade de escolha tanto para
o homem como para a mulher, eles não podem ser forçados a casar se não o
quiserem.
O tipo de namoro aqui focalizado, ajuda a assegurar a força do casamento,
baseando-se na sabedoria e orientação dos mais velhos da família nesta
importante decisão da vida. O envolvimento da família na escolha do futuro
cônjuge ajuda a garantir que a opção baseou-se não em conceitos românticos e
sim numa avaliação cuidadosa e objetiva das afinidades do casal. Por esta
razão, tais casamentos se mostram freqüentemente bem sucedidos.
Irmã Muçulmana, Cuidado com o Casamento
Temporário!
O casamento no Islam é
um laço muito forte, um contrato comprometedor, baseado na intenção de ambos os
conjugues de conviverem permanentemente a fim de atingir, como indivíduos, os
benefícios do repouso, do afeto e da misericórdia que estão mencionados no
Alcorão, bem como para alcançar a meta social da reprodução e perpetuação da
espécie humana:
”Deus vos designou esposas de vossa espécie e delas concedeu filhos e netos e
vos agraciou com todo o bem.” (16ª:72)
Já no casamento temporário(ou casamento do prazer, chamado em árabe de mutaa), que é contrato por duas
pessoas para durar um determinado tempo especifico em troca de um valor
predeterminado de dinheiro, os propósitos acima citados do casamento não se
realizam. Enquanto o Profeta (que a
paz esteja com ele) permitiu
casamentos temporários durante viagens ou campanhas militares antes de se
completar o processo legislativo Islâmico, mais tarde ele o proibiu tornando-o
ilícito para todo o sempre.
A razão de ele ter sido
permitido no começo foi a de que muçulmanos estavam passando pelo que pode ser
chamado de período de transição pré-Islâmico para o Islam. A fornicação era
muito comum e muito difundida entre os árabes pré-Islâmicos. Após o advento do
Islam, quando eles tiveram necessidade de participar de campanhas militares
encontraram-se sob fortes pressões devido a ficarem longe de suas esposas por
longos períodos. Entre os crentes havia alguns que eram fortes em sua fé e
outros que eram fracos. Os fracos temiam serem tentados a cometer o adultério,
um pecado capital e um péssimo costume, enquanto que os que eram fortes, por
outro lado, estavam dispostos a se castrarem, como narrado por Ibn Mas´ud:
”Participávamos de uma
expedição com o Mensageiro de Deus e não
trazíamos nossas esposas conosco, portanto perguntamos ao Mensageiro de Deus : Não deveríamos nos castrar? Ele nos proibiu de
fazê-lo, mas permitiu-nos de contrair matrimonio com alguma mulher contratada
até certa data, dando a ela uma vestimenta como dote (mahr).”
(Al-Bukhari e Muslim)
Desse modo, o casamento
temporário proporcionou uma solução ao dilema em que tanto os fracos quanto os
fortes se encontravam. Foi também um passo para a legalização definitiva da vida
marital completa em que se realizariam os objetivos de permanência, castidade,
reprodução, amor e misericórdia, bem como o alargamento do circulo de
relacionamentos através do casamento.
Podemos lembrar que o
Alcorão adotou um curso gradual para a proibição de bebidas e da usura, uma vez
que esses dois males eram amplamente difundidos e profundamente arraigados na
sociedade pré-Islâmica. Da mesma maneira, o Profeta
adotou um processo de graduação com respeito ao sexo, inicialmente permitindo o
casamento temporário como um passo para afastamento da fornicação e do
adultério, e ao mesmo tempo de aproximação ao relacionamento marital permanente.
Mais adiante ele o proibiu completamente, como foi relatado por imam Áli(R)
e muitos dos outros companheiros. Muslim relatou isto em seu Sahih, mencionando
que Al-Juhani estava com o Profeta quando da
conquista de Macca e que o profeta deu permissão a alguns Muçulmanos de
contratarem casamentos temporários, Al-Juhani disse: Antes de deixar a Mecca o
Mensageiro de Deus disse:
"Deus tornou-o ilícito até o Dia do juízo Final."
Permanece a questão,
portanto o casamento temporário (mutaa) é categoricamente ilícito como o
casamento com a própria mãe ou filha ou é como a proibição relativa ao consume
de carne suína ou carniça, que se torne permissível em caso de necessidade
premente, sendo a necessidade neste caso o temor de cometer o pecado de
fornicação?
A maioria dos
companheiros mantinha a opinião de que após a consolidação da legislação
islâmica, o casamento temporário tornou-se inteiramente ilícito. Ibn Abbas, no
entanto, emitiu uma opinião diferente, permitindo-o sob premência da
necessidade. Uma pessoa perguntou-lhe sobre o casamento com mulheres numa base
temporária e ele permitiu a ele de fazê-lo. Um servo dele perguntou então:
Isto não é só para condições de premência, quando as mulheres são poucas e
outras parecidas? Ele respondeu: Sim. Mais tarde, porem, quando Ibn Abbas
viu que as pessoas tinham relaxado e estavam consumando casamentos temporários
sem necessidade, ele revogou seu regulamento e sua opinião.
(Albukhari e
Muslim)
Obs: O
casamento temporário é um tipo de fornicação (prostituição) legalizada
pelos xiitas e é praticada por eles em nome do Islam! |